“Mustatil” estão entre as primeiras formas de estruturas de pedra em grande escala, segundo os sauditas. Centenas dessas estruturas foram identificadas e os arqueólogos acreditam que elas estão de alguma forma relacionadas ao aumento da territorialidade conforme a região outrora exuberante deu lugar a um deserto árido.
Um aspecto enigmático do registro arqueológico do oeste da Arábia é a presença de milhões de pedra, onde as pessoas as empilharam para fazer diferentes tipos de estruturas, que vão desde túmulos até armadilhas de caça. Uma forma enigmática consiste em vastas formas retangulares.
Os “Mustatil” ocorrem apenas no noroeste da Arábia Saudita. Eles já haviam sido reconhecidos por imagens de satélite em 2017. Contudo mais de cem novos foram identificados agora ao redor das margens sul do Deserto de Nefud, entre as cidades de Ha’il e Tayma, juntando-se às centenas previamente encontradas a partir de estudos de imagens do Google Earth, particularmente na área de Khaybar.
A equipe liderada pelo Dr. Huw Groucutt, do Max Planck Institute, descobriu que essas estruturas normalmente consistem em duas grandes plataformas, conectadas por longas paredes paralelas, às vezes se estendendo por mais de 600 metros de comprimento. As longas paredes são muito baixas, não tinham aberturas evidentes e estão localizadas em diversos cenários paisagísticos.
Em uma localidade, a equipe conseguiu datar a construção de um mustatil para 7.000 mil anos atrás, por datação de radiocarbono através de carvão encontrado dentro de uma das plataformas. Em outro “mustatil”, a equipe encontrou uma pedra com um padrão geométrico pintado nela.
“Nossa interpretação dos “mustatil” é que eles são locais de rituais, onde grupos de pessoas se reuniam para realizar algum tipo de atividade social atualmente desconhecida”, diz Groucutt σύνδεσμος στην ιστοσελίδα. “Talvez fossem locais de sacrifícios de animais ou festas“. Muito criativa a conclusão da equipe!
Ao ler essa notícia muitas pessoas pensarão, “mas eu já vi estruturas como essas em outros lugares do mundo através do próprio Google Earth, inclusive no Brasil, e me falaram que era pereidolia ou natural”.
Pois é amigos, o diferencial desse projeto é o seu gordo financiamento estatal que permite a contratação de “instituições confiáveis” para avalizar a visão de mundo dos próprios contratantes. Quem está a injetar “verdinhas” no projeto é a Royal Commission for AlUla (RCU). Segundo o site da agência do governo saudita, um dos membros do Conselho Diretor da Comisssão é simplesmente Sua Alteza Real, O Príncipe Herdeiro Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud. As “aspirações” da RCU são: “Para alcançar nossa visão, a RCU trabalhará em estreita colaboração com parceiros dentro e fora da Arábia Saudita. Estamos trabalhando com especialistas locais e internacionais em arqueologia, preservação do patrimônio, arquitetura e planejamento mestre para entregar uma transformação ambiental e historicamente sensível da AlUla“.
É mesmo aquela descrição de “Visão da Empresa” que estamos cansados de ler em todos os sites. Realmente no mundo só existem os “bonzinhos”.
Voltando as estruturas, eu mesmo já vi algumas bem mais impressionantes em minhas expedições pelo Brasil. Inscrições como a encontrada estão aos montes espalhadas pelo nosso grandioso país.
Tirem suas conclusões.
Referências
https://www.shh.mpg.de/1804195/vast-stone-monuments
https://www.sciencealert.com/first-detailed-study-deepens-the-mystery-of-vast-stone-monuments-in-saudi-arabia
https://www.rcu.gov.sa/en/about-us/about-rcu/