Por todos os lugares do mundo estão sendo desenterrados crânios alongados. Por que utilizavam a prática de alongamento artificial em culturas que, segundo a história oficial, não tinham contato? Todos eram artificialmente produzidos?
JAPÃO
Um novo estudo realizado por uma equipe de antropólogos biológicos e arqueólogos das Universidades de Kyushu e Montana está desbravando novos horizontes em nossa compreensão da prática da modificação craniana intencional, que foi identificada em diversas civilizações antigas ao redor do mundo. De acordo com essa pesquisa, que foi publicada na revista PLOS ONE, evidências apontam que um grupo de povos indígenas que habitava o Japão deliberadamente deformava os crânios de suas crianças ao longo de um período de 400 anos.
Os resultados revelam que os Hirota, uma comunidade que residia no sul da ilha japonesa de Tanegashima entre os séculos III d.C. e VII d.C., também participaram dessa prática ancestral. A modificação craniana consiste em uma forma de alteração corporal na qual a cabeça de um indivíduo é submetida à pressão ou amarração, geralmente em tenra idade, com o objetivo de deformar permanentemente o formato do crânio.
Noriko Seguchi, da Faculdade de Estudos Sociais e Culturais da Universidade de Kyushu, que liderou a pesquisa, mencionou: “Há muito tempo, o sítio de Hirota, localizado na ilha japonesa de Tanegashima, na prefeitura de Kagoshima, tem sido associado à prática de deformação craniana no Japão.”
No entanto, embora o local tenha proporcionado uma oportunidade ideal para investigar o fenômeno, não foi esclarecido se as alterações cranianas foram propositais ou se simplesmente resultaram de outros costumes não intencionais. Para conduzir o estudo, a equipe de pesquisa adotou uma abordagem híbrida, usando imagens 2D para analisar a forma do contorno dos crânios e digitalizações 3D de suas superfícies. As razões por trás dessa prática permanecem obscuras, mas os cientistas presumem que o povo Hirota moldava seus crânios com o objetivo de preservar a identidade do grupo.
MAIAS (MÉXICO)
Em abril, arqueólogos que estavam explorando o sítio arqueológico de Moral-Reforma, localizado em Tabasco, no México, fizeram uma descoberta significativa. Eles encontraram 13 sepultamentos humanos que continham crânios alongados com evidências de decapitação. Agora, cientistas e historiadores envolvidos na pesquisa do antigo sítio maia conduziram um estudo antropológico que confirmou que, pelo menos em dois casos, esses indivíduos foram decapitados como parte de oferendas rituais no templo-pirâmide da praça oriental durante o Período Clássico Tardio (600-900 d.C.).
As escavações ocorreram a apenas 12 metros (39,37 pés) em frente à escadaria sul da Estrutura 18, revelando esses sepultamentos. Esses sepultamentos incluíam crânios humanos, fragmentos de mandíbula e ossos das extremidades superiores e inferiores. Essas circunstâncias fortemente sugerem a possibilidade de decapitação e desmembramento dos indivíduos envolvidos, conforme relatado pelo The Heritage Daily.
Até o momento, uma análise morfoscópica foi conduzida em cinco crânios. Todos esses crânios foram identificados como pertencentes a indivíduos do sexo masculino. Dois deles foram estimados com idades entre 17 e 25 anos no momento da morte, enquanto outro par tinha idades estimadas entre 33 e 45 anos. Acredita-se que um indivíduo tenha tido entre 25 e 35 anos, com base na análise do desgaste dentário.
RÚSSIA
Na região disputada da Crimeia, Rússia, recentemente foram desenterrados cinco esqueletos intrigantes datados de quase 2.000 anos atrás. Esses vestígios arqueológicos, que inicialmente pareciam pertencer a seres “alienígenas” devido à estranha forma de seus crânios alongados, agora estão fornecendo um fascinante vislumbre da antiga cultura sármata.
Entre os achados surpreendentes estava o esqueleto de uma mãe, com um bebê delicadamente deitado em seu peito. Sob eles, na mesma sepultura, repousavam mais três esqueletos, todos com crânios distintivamente deformados. Essa característica anômala levou a relatos de sepulturas “alienígenas”. No entanto, uma compreensão mais aprofundada revela que os sármatas valorizavam essa remodelação artificial do crânio como uma forma de beleza e até mesmo uma marca de distinção entre seus guerreiros, incluindo as mulheres notoriamente fortes e corajosas.
O renomado arqueólogo Oleg Markov liderou a descoberta na necrópole de Kyz-Aul, na Crimeia. Ele explicou: “O enterro continha cinco esqueletos dispostos verticalmente”. No topo, encontrava-se o esqueleto de uma mulher, com os restos mortais de uma criança em seu peito, e abaixo deles havia mais três esqueletos. “Todos apresentavam deformações cranianas causadas durante suas vidas”, acrescentou.
Ainda permanece um mistério o motivo pelo qual essas cinco pessoas foram enterradas juntas em uma única sepultura. Pesquisadores estão atualmente empenhados em um estudo para determinar se essas vítimas sofreram as consequências de um conflito militar ou de uma epidemia mortal.
Essas descobertas arqueológicas continuam a lançar luz sobre as práticas culturais e as tradições únicas dos sármatas, um povo que desempenhou um papel significativo na história da Crimeia.
BRASIL
Recentemente, a equipe de Dakila Pesquisas encontrou um crânio alongado bastante anômalo em uma caverna da Região Norte do Brasil. Próximo ao crânio havia ossos e artefatos que ainda estão sendo estudados pela instituição.
Nos próximos meses, os resultados desses estudos serão divulgados por Dakila.
