O local é uma cidade histórica com fazendas importantes, como Ibicaba, que foi pioneira na substituição de mão-de-obra escrava pela de imigrantes europeus.
As ruínas estão próximas da histórica ferrovia “Companhia Paulista de Estradas de Ferro”. Próximo à rodovia Washington Luís, está a fazenda Bom-Bocado, onde há um túnel chamado “Toca do Morcego”. O túnel faz parte de um grande complexo, e é adornado com um belíssimo arco de pedra. Ao atravessá-lo, há um portal em ruínas e uma elevação de cerca de 10 metros, que parece ser uma edificação soterrada. Toda a construção é bem feita e requer investimento e mão de obra qualificada. A área total é de aproximadamente 12.500 m², às margens do Córrego Cascalho.
De acordo com o presidente do IIPHAB (Instituto Independente de Pesquisas Históricas e Arqueológicas do Brasil), Comendador Jorge Henrique de Oliveira Lima, um roceiro chamado Marcos, residente em Cordeirópolis, foi a primeira pessoa a avistar as ruínas em questão. Ele entrou em contato com o IIPHAB em 2018, e o primeiro membro do instituto a visitar o local foi Bruno Duarte, que apenas tirou fotos. Posteriormente, Jorge e o Dr. Luiz Felipe visitaram o local e filmaram as estruturas.
A descoberta de uma estrutura enterrada conectada a um túnel único e perto de um córrego é incomum. Pesquisas históricas foram conduzidas pelo editor e historiador André de Pierre e a arquiteta Carla Ghantous Cervi, para identificar o tempo de construção, mas há pouca informação sobre as origens das estruturas em agências municipais ou no proprietário da fazenda. Acredita-se que as estruturas estavam completamente enterradas até recentemente, devido à erosão, e sua localização contribuiu para que ficassem desconhecidas por muito tempo. Até agora, não há pistas sobre a origem das estruturas.
O primeiro proprietário registrado da área onde as estruturas enterradas estão localizadas foi José Ferraz de Campos, nascido em Itu em 1782, membro de uma família poderosa e tradicional na Capitania de São Paulo. Ele construiu grandes casas em Limeira em 1850 e recebeu o título de Barão de Cascalho em 1867, tornando-se nobre. Ele deixou uma grande fortuna, distribuindo entre seus herdeiros as extensas terras de Cascalho e Cordeiro, com suas plantações de café, cana-de-açúcar, gado e mais de 100 escravos. Dois de seus filhos também foram elevados à nobreza: José Bonifácio de Campos Ferraz, Barão de Monte-mor, e Cândido José de Campos Ferraz, Barão de Porto Feliz.
Carla realizou uma investigação preliminar sobre o método de construção de ruínas em Cordeirópolis. Ela concluiu que a edificação não tem o mesmo método construtivo de outras da região e também não encontrou outra parecida no Brasil.
As técnicas de construção utilizadas nas ruínas são variadas e vão desde paredes no estilo inca até arcos antigos europeus, sugerindo a presença de mão de obra altamente qualificada. A localização, perto do córrego, indica uma possível atividade rural ou de mineração, mas a grandiosidade da construção levanta questões sobre seu propósito. As ruínas parecem ter sido enterradas natural ou artificialmente, e suas origens ainda são incertas. Teorias abundam sobre as origens das ruínas, e somente a escavação irá esclarecer esse mistério.
As ruínas foram registradas no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e serão pesquisadas pelo IHGSV (Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente).
HABITADA POR DEMÔNIOS
Jorge disse que os habitantes locais evitavam a região das construções devido à crença de que era a morada de demônios. Isso foi relatado a ele pelo roceiro Marcos. Entretanto, uma possível explicação para essa crença pode ser a presença do padre exorcista Luis Stefanello em um distrito próximo, Cascalho, que atraía pessoas de todo o país para tratar do “mal”. A presença do padre, dos “possuídos” e as lendas podem ter mexido com o imaginário dos cidadãos locais.
ESTUDO COMPLETO
O estudo completo com muito mais dados foi publicado exclusivamente na edição 26 da Revista Enigmas, na matéria “Exclusivo! Ruínas soterradas descobertas no interior de São Paulo podem mudar os livros de história”.
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Live com André de Pierre, Jorge Lima e Carla Cervi, com explicações importantes.
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Amo D mais esses temas,vcs estão de parabéns