Arqueólogos da Unesco disponibilizarão passeio virtual pelo sítio arqueológico localizado no meio do lago Atitlán, que conta com objetos de cerâmica e pedra.
Há aproximadamente 2 mil anos, uma cidade maia construída no meio do lago Atitlán, na Guatemala, contava com templos, praças e casas – até que as mesmas águas que lhe davam sustento começaram a afundá-la.
A principal hipótese sobre o colapso da ilha que sustentava a cidade no meio do lago Atitlán é que seu desmoronamento estaria ligado a alguma atividade vulcânica, já que o Atitlán é uma cratera do vulcão de San Pedro elevada a mais de 1,5 mil metros acima do nível do mar.
O sítio arqueológico preserva artefatos e escombros datados do período pré-clássico tardio maia (de 400 a.c. a 250 d.c.) e submersos entre 12 e 20 metros. Trabalhos arqueológicos realizados pelo governo da Guatemala recuperaram vários objetos de cerâmica e pedra do Lago Atitlán nessa profundidade.
Na última expedição realizada ao local, tecnologias virtuais não invasivas foram usadas para promover a conservação e respeito ao “caráter sagrado” do local para as comunidades da região. O projeto ainda valoriza a democratização do patrimônio, oferecendo passeios virtuais feitos através das reconstruções digitais do sítio, aproximando o local da comunidade e de visitantes externos.
A missão arqueológica deste ano permitiu realocar e georreferenciar edifícios, estelas (tótens) e estruturas, gerando um novo mapa de grande parte do lago. “Com esta planimetria podemos falar de um sítio que mede pelo menos 200 por 300 metros”, disse Helena Barba Meinecke, responsável pela Subdireção de Arqueologia Subaquática do Instituto Nacional de Antropologia e História do México.
Em respeito à cultura local, os arqueólogos e especialistas subaquáticos do México, Bélgica, França, Espanha, Argentina e Guatemala se reuniram com o líder local, Nicolás Zapalú Toj, para conseguir a permissão das autoridades ancestrais locais para realizar os estudos.
Deve-se notar que o sítio arqueológico está atualmente preservado graças à vigilância dos habitantes de Santiago Atitlán e das aldeias próximas ao lago, e o mergulho irregular é proibido pelo governo da Guatemala.
Referências
- Site: www.infobae.com
- Instituto Nacional de Antropologia e História do México
- Gizmodo.uol.com.br